Fátima Lopes esteve dez anos na TVI, oito deles como líder de audiências. Feito enorme. Começou a perder em janeiro de 2019 quando Cristina Ferreira se mudou para a SIC e lhe levou praticamente toda a equipa do seu programa. Numa estação amorfa, cada vez mais abandonada e sem rumo, ainda se bateu várias vezes no horário com Júlia Pinheiro. Era a única que ganhava qualquer coisa. Mas fazer melhor era impossível. Afinal, o barco metia água por todos os lados. 

Em 2020, a administração cortou-lhe mais de 30 por cento no ordenado, o que a apresentadora considerou uma facada nas costas depois de um trajeto irrepreensível em Queluz de Baixo, e o regresso de Cristina acabou por ser o golpe final. Recentemente, a diretora de Ficção e Entretenimento – com toda a legitimidade para o fazer, diga-se – operou uma revolução no day time, apostando na dupla Cláudio Ramos e Maria Botelho Moniz, para as manhãs, e em Manuel Luís Goucha para as tardes. Fátima Lopes, essa, era empurrada para um novo formato, aos sábados à noite, e dizia também adeus ao seu espaço de conversa com famosos, ‘Conta-me’. Voltava a perder um bom dinheiro – assinale-se –, pois deixava de fazer publicidade durante a semana. 

Na sexta-feira, a TVI tornou público que a ligação com Fátima tinha chegado ao fim, "lamentavelmente". A apresentadora, sem dúvida uma das melhores do País, diz sair com a "convicção de dever cumprido" e orgulhosa por ter respeitado "escrupulosamente" todas as suas obrigações. Garante ainda não ter "um projeto futuro definido", mas, como avança a 'TV Guia', em breve, reforçará a SIC, onde está o diretor, amigo e fã Daniel Cruzeiro. Se tudo correr bem, irá assumir as manhãs, de modo a tentar inverter a queda de audiências de 'Casa Feliz', entregue a Diana Chaves e João Baião. Faz bem em mudar, não há nada pior do que ser-se infeliz no trabalho. 

"É um assunto que não diz respeito à SIC. Não vamos contribuir para alimentar essa discussão pública sobre uma profissional tão respeitável como a Fátima", defende-se, neste momento, a estação de Francisco Pinto Balsemão à ‘TV Guia’. Como já o tinha escrito aqui, 2021 promete – e este é apenas mais um (bom) exemplo.