Estrelas O relato emocionante de Sofia Ribeiro e de como "precisou" do cancro para mudar a sua vida
Foi em 2015 que Sofia Ribeiro, de agora 40 anos de idade, recebeu o diagnóstico mais aterrador da sua vida: tinha um tumor na mama. A atriz de 'Senhora do Mar' passou por um período desafiante entre tratamentos oncológicos e a sede de viver. Dez anos depois, a artista não tem dúvidas de que "precisou" deste cancro para mudar para sempre a forma como vê a vida.
"O cancro virou a minha vida de pernas para o ar. Caiu na minha vida como uma daquelas chuvas torrenciais que faz a cidade parar e quando vemos, está tudo alagado. Não sabemos o que fazer, como encontrar um caminho para fugir e chegar ao destino. Até que a chuva começa a acalmar, os carros voltam a andar, o trânsito começa a fluir lentamente e felizmente consigo chegar a casa", começou por escrever nas redes sociais. "Chegar a casa entenda-se, chegar a mim. Porque até lá ia a todo o lado só para não ter que parar e olhar para mim."
"Bizarro dizer que precisei do Cancro? Preciso. Espero não o voltar a encontrar. A verdade é que a consciência e confronto com a nossa fragilidade, no caso a minha, deu-me o respeito pela vida e por mim"
E é então que Sofia coloca a questão que para muitos pode ser incómoda, mas a resposta é imediata: "Bizarro dizer que precisei do Cancro? Precisei. Espero não o voltar a encontrar. A verdade é que a consciência e confronto com a nossa fragilidade, no caso a minha deu-me o respeito pela vida e por mim, que hoje sei que não tinha. Acho mesmo que me deu vida. Deu-me alegria de viver, foco, determinação. Deu-me menos pressa mas mais sede. Mais doçura, calma, deu-me menos medos."
Num relato emocionante, a atriz da novela da SIC revela tudo o que o cancro lhe ensinou: "Ensinou-me a perdoar. Ensinou-me a parar. Ensinou-me que um raio de sol e um mergulho no mar valem ouro! Ensinou-me que o tempo é o nosso bem mais valioso. Que o silêncio é a minha música favorita. Ensinou-me a gostar da minha companhia. Ensinou-me que a solidariedade chega como um abraço e que a amizade verdadeira, faz-se presente. Que o amor pode curar. Que o stress e a angústia adoecem. Que a sensibilidade é qualidade que me fascina. Que resiliência é sobrevivência. Que o humor faz a vida mais leve."
No entanto, nem tudo teve um final feliz. "Mas foi uma grande merda! Foi, então não. Um ano qual 'Matrix, a desviar-me das balas' e 9 meses depois de estar bem, foi a vez do meu pai! E o cancro levou-mo. Foi uma valente merda…"