Estrelas Da chegada durante a guerra ao calvário com castigo do passado: tudo o que Sá Pinto passou para poder ser feliz no Irão
Foi com surpresa que Ricardo Sá Pinto anunciou o seu regresso ao Irão, em julho, para orientar o Esteghlal, clube de Teerão que já havia orientado na época 2022-23.
Na altura, o Irão encontrava-se num momento de tensão fruto da guerra que mantinha com Israel e, por isso, foram muitos os elementos estrangeiros que preferiram sair do país. Sá Pinto, contudo, mostrou-se destemido e fez questão de voltar a “um dos únicos sítios que trouxe um sentimento de casa”, como disse, desde que as condições de segurança estivessem garantidas.
“Não foi fácil voltar, mas, graças à direção, acabou por acontecer. Os adeptos mostraram um apoio e lealdade incrível”, relatou o treinador de 53 anos durante a sua apresentação, dizendo ainda: “Vim para terminar o sonho que não consegui completar da última vez.”
Todavia, o início da sua nova etapa no clube iraniano, que terminara a temporada anterior em 9.º lugar, foi manchado por um fantasma do passado: a suspensão de quatro meses que recebeu no seu último jogo da anterior passagem, a final da Taça que perdeu para o rival Persépolis, fruto dos protestos contra a arbitragem.
No regresso, os responsáveis do Esteghlal tentaram de tudo para amenizar esta punição, mas Sá Pinto esteve mesmo impedido de estar no banco de suplentes durante os primeiros dois meses nos jogos do campeonato, podendo, todavia, assistir de perto à sua equipa nas partidas da Liga dos Campeões Asiática 2 – a competição asiática equivalente à Liga Europa, onde nesta temporada compete o Al-Nassr de Cristiano Ronaldo, João Félix e Jorge Jesus.
Durante esta altura, o treinador português chegou a ver o seu lugar em risco. Nos primeiros nove jogos, apenas somou um triunfo, incluindo uma derrota na Supertaça, uma goleada sofrida contra o Al-Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, orientado pelo compatriota Luís Castro, e uma surpreendente derrota caseira frente ao Al-Muharraq, do Bahrain.
Apesar disso, o ambiente no seio da equipa mantinha-se positivo, como ficou refletido no jantar com o plantel para celebrar o aniversário do timoneiro, em outubro.
Com os adeptos a contestar o trabalho de Sá Pinto, os responsáveis do clube ter-se-ão reunido para decidir o futuro do antigo internacional português, com possíveis substitutos inclusivamente a serem analisados, segundo a imprensa local, que afirmava que os resultados que se seguiam iam ser decisivos para a sua continuidade.
Foi avançado que a opinião positiva de Clarence Seedorf, ex-futebolista e atual conselheiro do CEO, a possibilidade de aumentar a equipa técnica, aliviando a carga do português, e a necessidade de estabilidade perante o calendário difícil foram os motivos para a manutenção. Curiosamente, foi no jogo em que pôde regressar ao banco de suplentes, após a sua suspensão ter sido travada, que o Esteghlal, que conta com jogadores como Adán (ex-Sporting) e Munir (ex-Barcelona) no plantel, regressou às vitórias. Daí para cá, somou mais quatro triunfos e um empate e já se considera que o seu retorno ao banco foi crucial para esta fase positiva.
Importa referir que a punição de quatro meses que Sá Pinto foi alvo está somente suspensa, tendo apenas sido cumprida metade. Isto significa que o técnico está impedido de prevaricar até poucos dias depois do intenso dérbi contra o Persépolis, a 4 de dezembro, num jogo que promete ser de ambiente muito quente, sob pena de ser obrigado a cumprir o resto da “sentença” inicial.
Ainda que, nos primeiros tempos, o comportamento de Sá Pinto tenha sido visto como positivo, o treinador português não deixa de vir protestando contra fatores que o desagradam no futebol iraniano, tendo, por exemplo, posto em causa a mudança de estádio a dias do recente jogo da taça, em que precisou de prolongamento para vencer um adversário do segundo escalão e no qual ainda fez protestos veementes contra a arbitragem.
Todavia, depois dos primeiros tempos de grandes dificuldades, Sá Pinto parece ter reencontrado a felicidade que equivale àquela que experienciou na primeira passagem, comprovando-se frutífera a decisão de regressar a um país onde havia granjeado um alto nível de popularidade.
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