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Bruna Barros, Pedro Barros
Bruna Barros
Pedro Barros, A Quinta

Estrelas O sofrimento de Pedro Barros, ex-concorrente d''A Quinta', com a morte da mulher aos 34 anos: "Saí de casa, não conseguia estar lá"

19 de Dezembro de 2024 às 18:41
Antigo participante de reality show da TVI perdeu Bruna para um cancro do útero

Pedro Barros perdeu, no dia 15 de novembro, a sua mulher, Bruna, vitimada por um cancro no útero, aos 34 anos, deixando os dois filhos do casal, Rafael (7) e Marianne (5) órfãos de mãe. O ex-concorrente de 'A Quinta' relatou todo o processo dos últimos anos no programa 'Dois às 10', da TVI, nesta quinta-feira, não escondendo a tremenda dor que ainda sente com a perda da sua companheira.

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"Foi o choque, nem percebi bem o que tinha acontecido. Mais à frente é que entendi que toda aquela pessoa, que me fazia uma falta enorme, a mãe dos meus filhos, a minha metade, a pessoa de quem eu estive próximo durante um ano e meio, tinha partido", disse, acrescentando: "Ela até ao fim não acreditava que ia morrer."

"Custou mais o 'antes'. O 'antes' dá e tira as esperanças. Durante todo o processo do cancro da Bruna, houve várias fases em que tivemos muitas esperanças em que ela conseguia vencer isto. Muitas vezes, ao final de cada rastreio ou tratamento, quando fazia uma avaliação de tudo o que estava a acontecer, esperávamos que o cancro estivesse a diminuir, que tudo corresse bem… a ideia era esta, no final era sempre uma notícia negativa que nos mandava abaixo. É a persistência, a resiliência da Bruna de querer continuar: 'Tem de haver uma solução, vamos conseguir'. Ela nunca perdeu a esperança, até dois dias antes de falecer", relatou.

Pedro admitiu também ter sido "muito complicado" quando os médicos lhe contaram que as suas previsões eram de que Bruna tinha três meses de vida. "Quando me contaram, fui muito abaixo e ela perdeu muita força. Comecei a chorar muito, a estar ao lado dela e não conseguir aguentar, sabendo que ela não podia estar lá. Ver a fisionomia dela, a cair, a definhar, a emagrecer dia após dia, ela chegou a perder dois quilos por dia. Ela é uma mulher que era forte, volumosa, bonita, e no espaço de seis meses foi uma queda enorme", explicou.

Para além disso, agora tem a seu cargo os dois descendentes do par, por quem a mãe temia mais do que por ela, como relatou. "'O que vai ser deles? Como é que vão crescer? O que vão pensar de mim?' Ela sofria mais por perceber que eles iam perder a mãe, do que ela morrer", descreveu Pedro Barros. Foi também ele que deu a notícia aos filhos, uma das mais árduas tarefas de que estava encarregado, mostrando-se emocionado: "Levei um tempo a contar-lhes, uma semana e dois dias. Ela faleceu, houve o velório, o funeral e eu não conseguia olhar para eles, não conseguia contar. Houve uma altura em que tive de contar porque eles estavam a estranhar, eles percebem… A certa altura, a minha filha mais nova começou a sentir que alguma coisa se passava comigo. Ela queria fazer desenhos e comprar um postal para a mãe e eu tive de lhes contar. (…) Chamei-os ao pé de mim e disse: 'Olhem, o pai tem de vos contar uma coisa.' Foi o mais duro de tudo. 'A vossa mãe morreu, a vossa mãe já não está cá.'"

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"A minha filha queria fazer desenhos e comprar um postal para a mãe e eu tive de lhes contar. Foi o mais duro de tudo"

pedro barros

Conquanto se tenha esforçado para adiar este momento, Pedro percebeu que o luto dos petizes só iria ser registado bem depois: "Quando estamos a falar com crianças pensamos que estamos a falar com um adulto, que vai ter uma reação de empatia connosco, mas é diferente. Ficam sem jeito, estranhas com a situação, não entendem bem. Eles reagiram de uma forma em que lhes passou rápido, mas eu percebi que eles não compreendem bem o contexto da morte. Eles continuam a pedir para ligar e falar com a mãe. E eu continuo a explicar que a mãe já não está cá e não pode receber os vossos desenhos, mas um dia o pai leva-vos lá, quando houver um túmulo, algo mais bonito, em que eles possam lá estar e perceber."

Questionado sobre se a notícia da morte acabou por ser um alívio, depois de todo o tumultuoso processo de tratamento e tudo o que este implicava, concordou em parte: "Quando ela partiu, sim. Não no velório, aí sofri bastante. Quando a enterrei, porque enterrei a minha esposa, senti que agora ela ia descansar, ia estar bem. Aquilo não é vida para ninguém, todo o processo da doença em si, não é algo que alguém mereça passar por aquilo. Para mim, senti um alívio de ela não sofrer mais, de estar a descansar."

A dor impossibilitou ainda que Pedro continuasse a habitar na mesma casa. "Eu saí de casa. Não conseguia estar lá. Toda a casa é Bruna, e ela já não está cá. Então fui embora", lamenta. Já sobre o Natal, revelou: "Eles vão passar o Natal com os avós, os pais da Bruna, a acompanhar. Eu vou estar com a minha família. Será o meu Natal… e para eles é mais importante. Para mim, é irrelevante."

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